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sábado, 14 de janeiro de 2012

TOM JOBIM tinha sangue de Pedro Vaz de Barros e Luzia Leme???




Tom Jobim  ou Antonio Carlos Jobim 
tinha veramente sangue do Pedro Vaz de Barros e Luzia Leme???

Parece que  Tom Jobim descende por o avô materno, que foi Azor Brasileiro de Almeida (Leme),  de Pedro Vaz de Barros e Luzia Leme. 

Seriam muitos os entrelaços entre as varias familias e os descendentes. Se isso é verdade, Tom Jobim foi por o avô materno um Pedroso de Barros - Penteado  e tambem  um Leme. 

Uma rede de parentesco incrivél! No meio  três filhas de Pedro Vaz de Barros Neto e Maria Leite de Mesquita: Maria Pires (de Barros), Izabel Paes e Beatriz de Barros, cujos descendentes foram tambem primos nossos e se casaram entre sí.

Encontrei essas informações no trabalho de Pedro Wilson Carrano de Albuquerque.  Não tenho certeza, se a ascendencia é comprovada, ném poderia contatar o senhor, mas achei interessante.  Julga você!


Aqui a tragétoria com Pedro Vaz de Barros e Luzia Leme, trazido do trabalho de Pedro Wilson Carrano de Albuquerque em (clique) Usina de Letras .
Os numeros referem-se aos numeros usados do Pedro Wilson no seu trabalho.

Tragétoria
  • 3208: Pedro Vaz de Barros (ca. 1580- 1644)  c/c  3209 Luzia Leme (f. 1655)
  • 1604: Antonio Pedroso de Barros c/c 1605 Maria Pires, tendo:
  •   802: Pedro Vaz de Barros Neto c/c 803 Maria Leite de Mesquita, tendo
  •   401: Maria Pires (de Barros) c/c 400 Cap. Rodrigo Bicudo Chassim,
    •  Maria Pires (de Barros) foi irmã de Beatriz de Barros e Izabel Paes, ambas tambem filhas de Pedro Vaz de Barros e Luzia Leme.  
    • Beatriz casou com Monoel Correia Penteado (meus 7° avôs) e foram pais de Fernao Paes de Barros que foi pai do Antonio de Barros Penteado, e os seus irmãos José de Barros Penteado e Francisco de Barros Penteado. (Descendentes de Antonio  foram o Barao de Piracicaba, o Barao de Itu, Genebra Leite de Barros , Francisco de Barros Penteado nomeado "O Chico de Sorocaba", tambem o meu 5° avô).
    • Izabel Paes casou com Joao Correia Penteado, irmão de Manoel Correia Penteado.  
    • Os filhos das três irmães, foram primos , e assim os descendentes delas.
  •  401 Maria Pires de Barros e 400 Cap Rodrigo Bicudo Chassim, tivem:
  •  200. Capitão Bernardo Bicudo Chassim c/c 201 Veronica Dias Paes Leite,
    • Assim 200. cap. Bernardo Bicudo Chassim  foi  primo do meu 6°avô Fernão Paes de Barros casado com Angela Ribeiro Leite.
    • Foi tambem primo de  Antonio Rodrigues Penteado pai de 203. Barbara Paes de Barros e assim avô de 101. Gertrudes de Camargo Penteado que segue:
  •  100. Jerônimo Pedroso de Barros, (filho de 200.) c/c 101. Gertrudes de Camargo Penteado  foram primos, por os avós maternos , filhas de Pedro Vaz de Barros e Luzia Leme
    • Ascendencia de 101. Gertrudes: 
    • Francisco Rodrigues Penteado e Clara de Miranda tivem entre outros: Manoel Correia Penteado e Joao Correia Penteado.
    • Manoel foi casado com Beatriz de Barros
    • Joao foi casado com Izabel de Barros, irmã de esposa de Manoel.  Izabel e Beatriz de Barros foram filhas de Pedro Vaz de Barros e Luzia Leme.
    • Joao e Izabel foram pais de Antonio Rodrigues Penteado que foi filho de Francisco Rodrigues Penteado e Clara de Miranda.
    • Antonio Rodrigues Penteado e sua mulher tivem 203. Barbara Paes de Barros.
    • 203. Barbara Paes de Barros casou com 202. José de Camargo Paes e tivem 101. Gertrudes de Camargo Penteado. 
    • Assim tambem  100. Jeronimo Pedroso de Barros  e 203. Barbara Paes de Barros foram 2° primos. 
    • Ambos foram 2° primos tambem do meu 5° avô Antonio de Barros Penteado casado com Maria Paula Machado por as filhas de Pedro Vaz de Barros e tambem por Francisco Rodrigues Penteado, meu 8° avô.
    • 100. Jeronimo Pedroso de Barros e 101. Gertrudes de Camargo Penteado  foram 2° primos em 1° grau e foram ambos descendentes  de Pedro Vaz de Barros e Luzia Leme.
  • 100. e 101 tivem:
  • 50. Gentil Antônio de Camargo. c/c em 1823 em Itu (SP)  51. Umbelina Maria de Arruda. tendo:
  • 25 Maria de Camargo c/c 24. Francisco de Almeida Pires, tendo
  • 12 Manoel José de Almeida Leme c/c  13. Maria Umbelina de Almeida, tendo
  • 06. Azor Brasileiro de Almeida (ou Azor de Almeida Leme) c/c  07. Emília Aurora Pereira da Silva, tendo
  • 3. Nilza Brasileiro de Almeida c/c 2. 2. Jorge de Oliveira Jobim, tendo
  • 1. Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, conhecido como Tom Jobim.
AQUI MUITAS FOTOGRAFIAS, VIDEOS E AMPLA BIOGRAFIA: clique Abecedario

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Artur e Fernando Paes de Barros fundaram Mato Grosso

Dois irmãos sorocabanos fundaram Mato Grosso.
Fernando e Artur Paes de Barros. 

Sobre as suas origens tem pouco e não é muito claro. Muitas vezes se pode ler que foram naturais de Sorocaba sem saber quem foram os pais.
Tem uma téoria que descendam de Fernão Paes de Barros, irmão de Pedro Vaz Guassu e Antonio Pedroso de Barros, o 9° avó de Tiffany.
Segundo esta téoria Artur e Fernando Paes de Barros seriam primos segundos de Beatriz de Barros, casada com Manoel Correa Penteado (
7°s avós de Tiffany). Beatriz era neta de Antonio Pedroso de Barros supra e sobrinha-neta de Fernão Paes de Barros (avô de Artur e Fernando).

Grafico parentesco Penteado e de Barros segundo Silva Leme sem Artur e Fernando Paes de Barros



Fernão Paes de Barros era o fundador da capela Santo Antonio em Araçariguama (hoje Sao Roque), e foi filho de Pedro Vaz de Barros e Luzia Leme, 10°s avós de Tiffany. Outro seu irmão era Pedro Vaz Guassu, o fundador da capela de São Roque do Carambei.


Segundo Pedro Taques na Genealogia Paulistana : Fernâo Paes de Barros "Casou-se no Rio de Janeiro com Maria de Mendonça, de quem não deixou f.º algum, porque com ela não teve vida marital pela razão de descobrir sobeja prova contra a pureza do sangue dessa senhora, entretanto teve ela grande tratamento e estimação como legítima esposa de Fernão Paes de Barros. 
Faleceu Fernão Paes de Barros em 1709 com testamento e teve em solteiro de uma crioula de Pernambuco uma filha natural que foi:
1-1 Ignacia Paes de Barros que
1.º casou-se com seu primo irmão Braz Leme de Barros, f.º herdeiro do Cap. 4.º (= Pedro Vaz Guassu, tio paterno de Ignacia), Ficando viúva de seu marido e dele herdando a grande fortuna, que, junta a que recebeu de seu pai, montou a um grande cabedal, tornou-se fácil passar a
2.ªs núpcias com o sargento-mor João Martins Claro, natural de Miranda do Douro, e que viera no real serviço acompanhando ao governador dom Manoel Lobo"
A informação supra de Pedro Taques de que Fernao Pais de Barros não fez vida marital com Maria de Mendonça por esta ser crista-nova, fica assim debilitada... Parece ter  mantido relações amigaveis com a sua mulher. Alias, mesmo que fosse o caso, descobrir que o conjuge era cristaã-novo nao seria "justa causa" para separação de corpos. 

Fernão Paes de Barros havia se casado por volta de 1655, possivelmente na cidade do Rio de Janeiro com D.Maria de Mendonca, que ainda vivia em 06 de junto de 1689 na vila de Sao Paulo. Ela era irmã do capitão Lucas de Mendonça, e ambos tinham 1/4 de sangue cristâo-novo. (= um dos 4 avós foi talvez judeu convertido ou judeu)


O capitâo Fernão Paes de Barros constou como morador da cidade do Rio de Janeiro em 1692, quando , em 6 de abril foi batizada uma menina de nome Ana, exposta em sua casa, foram padrinhos Antonio Dias e Micaela de Mendonça (Arquivo da Curia Metropolitana do Rio de Janeiro, livro de batizados da Se', 5o. fls.8). 
Fernão Pais de Barros nao deixou geração com sua mulher, mas deixou filhos naturais de uma ou mais "crioulas do Pernambuco"em tempo de solteiro. 
          (citado do livro "Cristaos-novos em Sao Paulo, seculos XVI-XIX 
- assimilaçâo e nobilitação, pg.143)

nota:  A procura do ouro, dos metais preciosos e diamantes parece sempre a preocupação máxima dos colonos, os "leais vassalos de Sua Majestade", sonho de riquezas descomunais, que os embalou de meados a fins do século XVII. Daí a intensa atividade das bandeiras paulistas nesse período. 
Outra preocupação era a questão racial ou de "pureza do sangue" pelo que, nas justificações feitas em cartório, era importante que os colonos declarassem que seus antepassados descendiam das principais cepas ibéricas ! D. Maria Mendonça, descrita como católica, virtuosa espôsa e companheira do Cap . Fernão, teve por certo, esta pequena mácula imperdoável para um "nobre", o que determinou a separação do casal. Operada a separação, Fernão Paes de Barros deixou descedência ilustre pelo lado de sua filha ilegítima, Inácia Paes, a quem parece Dona. Maria criou como filha.
Silva Leme não faz menção de estes 2 irmãos Artur e Fernando na descendencia de Inacia Paes de Barros: !


Na Enciclopedia Sorocoabana  (sito nunca mais visibel em 2019, griffo Tiffany) se podia ler anos atràs:
BARROS Artur Pais de
Natural de Sorocaba, nascido em 1698, filho do sargento-mor João Martins Claro e de sua mulher Inácia Pais de Barros, foi bandeirante que agiu nas minas de Cuiabá, nos primeiros anos do descobrimento. Com seu irmão Fernado Pais de Barros e seus sobrinhos João Martins Claro e José Pinheiros de Barros, internou-se na conquista dos índios parecis, que vinha atacando desde 1731 e foi descobrir as minas de ouro que ficaram conhecidas pelo nome de Mato Grosso, originando-se após daí o nome de todo o atual Estado.
Fontes:
-Rev. Inst. Hist. São Paulo – XV – 60
-Cônego Luiz Castanho de Almeida – Livros paroquiais de Sorocaba – Ver. Inst. Hist. São Paulo – nº 5 – 1939, p. 130
-Basílio de Magalhães – Expansão, p 286
-Francisco de Assis Carvalho Franco Dicionário de Bandeirantes e Sertanistas do Brasil, p 54.
BARROS Fernando Pais de
Paulista, filho do sargento-mor João Martins de Barros e de sua mulher Inácia Pais de Barros, nasceu em Sorocaba, cerca de 1700 e com seu irmão Artur Pais de Barros, seguiu para as minas de Cuiabá, onde se distinguiu em vários descobrimentos de ouro e na conquista dos índios parecis. Era licenciado em direito.
Fontes:
-Rev. Inst. De Estudos Genealógicos de São Paulo – nº 5, p. 130
-José Barbosa de Sá – Crônicas de Cuiabá – IV, 74 –81
-Francisco de Assis Carvalho Franco Dicionário de Bandeirantes e Sertanistas do Brasil, p 56.
BARROS José Pinheiro de
Sobrinho do licenciado Fernão Pais de Barros, descobridor das minas de ouro de Mato Grosso, em 1734, andou sempre com o mesmo na explorações desses sertões.
Fontes:
- Barbosa de Sá – Crônicas de Cuiabá, Ver, cit., IV, 78-81
-Francisco de Assis Carvalho Franco Dicionário de Bandeirantes e Sertanistas do Brasil, p. 59.
Infelizemente este sito com esta informação é desaparecida....e infelizemente eu não tenho acesso à estes fontes citadas online, sendo em Europa. Estou sem possibilidade ir aos Acervos ! 
Sería muito legal se tem alguém aqui entre os interessados que pode referir mais !

Mas seguindo a téoria supra, témos assim:

1-1 Ignacia Paes de Barros que 1.º casou-se com seu primo irmão Braz Leme de Barros, . Ficando viúva de seu marido e dele herdando a grande fortuna, que, junta a que recebeu de seu pai, montou a um grande cabedal, tornou-se fácil passar a 2.ªs núpcias com o sargento-mor João Martins Claro, natural de Miranda do Douro, e que viera no real serviço acompanhando ao governador dom Manoel Lobo. Teve:

Do 1.º marido f.º único:
2-1 Pedro Vaz de Barros (o coxo) que casou com Catharina do Prado e faleceu sem geração. 

Do 2.º marido teve 5 filhas: sem referimento algum de outros filhos !
2-2 Catharina Mendes casada em 1714 em Itú com Christovão Monteiro de Carvalho, natural da Bahia, f.º de Manoel Monteiro de Carvalho e de Maria Coelho Duarte, naturais de Freixo de Espada a Cinta. 

2-3 Joanna Pedroso casada em 1703 em Itú com Matheus de Mattos Cardoso. Faleceu em 1766 com testamento. Sem geração. (C. P. S. Paulo).

2-4 Maria de Barros Silva casada em 1703 em Itú com o tenente José da Silva Preto, irmão de Matheus do n.º 2-3.

2-5 Anna Paes da Silva casada em 1720 em Sorocaba com Domingos Nogueira Homem f.º de José Nogueira Homem e de Maria Leme do Prado. Tit. Bicudos.

2-6 Luzia Leme de Barros casada em 1726 em Sorocaba com José de Borba Gatto f.º de Balthazar de Borba Gatto e de Marianna Domingues, moradores na Cotia.

segundo a wiki e a enciclopedia Sorocabana (supra) Ignacia Paes de Barros teve com Joao Martin Claro os seguintes filhos: 

2-7 Arthur Paes de Barros, sem fontes

2-8 Fernando Paes de Barros, sem fontes


2-9 filha 1 casada com Francisco Nogueira

2-10 filha 2 casada com João de Sousa e

2-11 filha 3 casada com Luís Teixeira

Não encontrei nenhum riferimento por estes filhos Artur e Fernando Paes de Barros.

Sobre o genro de Fernão Paes de Barros, o Joao Martins Claro tem informação interessante: 
Mineralogista lustiano. Foi natural de Miranda d'Ouro (Portugal) e foi o primeiro administrator de imensa fazenda que Inacia depois herdou do seu pai ! João Martins Claro veio no Brasil com ca 25 anos com patente de capitão. Foi sargente-mor e hospedado em fazenda do seu futuro sogro. Casou com Inacia, viuva do seu primo Braz. 
João Martins Claro dedicava-se à mineralogia e segundo um manuscrito, uma espécie de diario, ele esplorou em procura de ouro o morro do Saboó nas imediações de Sao Roque. 
Depois a morte de Fernão Paes de Barros em 1709 a sua esposa Inacia herdou a enorme propriedade do seu pai. 

Faleceu João Martins Claro em 1725 em Sorocaba (!)  (registro de obitos de N.Sra. da Ponte de Sorocaba) e està enterrado na capela da Ordem Terceira em Itu SP.
 "Aos 21 de março de 1725 faleceu desta vida presente João Martins Claro, natural da cidade de Miranda do Douro, fez testamento e ordenou que deixava na disposição dos testamenteiros os legados q lhe pudecem fazer porque as dividas excedião os bens que restara. Foi sepultado na capela da Ordem Terceira da Vila de Itu de N. Sra do Carmo, donde era terceiro; foram testamenteiros o Padre e Frei João Baptista de Jesus, o C. Matheus de Mattos, o C. Christovão Monteiro."
Fonte: Artigos  sobre o sitio  e  capela S. Antonio, Sao Roque,
de propriedade de Fernâo Paes de Barros 
por Paulo da Silveira Santos, Istituto Historico e Geographico de Sâo Paulo 


Outro documento interessante sobre o casal, datado de 30 de outubro de 1724 é  um testamento : Fonte https://digitarq.ahu.arquivos.pt/details?id=1205079
que diz :
Requerimento de Mateus de Matos Cardoso *) , morador na Vila de Parnaiba Capitania e Comarca de São Paulo, a (D. João V), quem pede, como testamenteiro do defunto Fernando Paes de Barros, provisão para poder vender uma chàcara, no sitio denominado Os Pinheiros, no termo da cidade de São Paulo. Segundo o testamento aqulea chàcara deveria ser para o primeiro clérigo que houvesse na descendencia de João Martins Claro e de sua mulher Inacia Pais . Como não hà sequer a esperança de o haver, pede ao rei que se venda a dita chàcara e que o dinheiro obitdo se ponha à razão de juros até se poder comprar, com ele, outra propriedade mais rendosa.
*) Matteus de Matos Cardoso era genro de Joâo Martins Claro, esposo da filha 2-3 Joana Pedroso (supra). 
Notas 
1. é curioso que este pedido foi feito antes o falecimento em março 1725 de João Martins Claro ! 
2. interessante que aqui vem escrito "Fernando" e não "Fernão"..


Então : Seria interessante saber se existe um testamento de Inacia Paes de Barros para saber mais dos supostos filhos Artur e Fernando, "naturais" de Sorocaba !


ORIGEM DO NOME MATO GROSSO

Autor: Paulo Pitaluga Costa e Silva

TEXTO INTEIRO DO WEBSITE : chapadadosguimaraes

"Na busca de índios e ouro, Pascoal Moreira Cabral e seus bandeirantes paulistas fundaram Cuiabá a 8 de abril de 1719, num primeiro arraial, São Gonçalo Velho, situado nas margens do rio Coxipó em sua confluência com o rio Cuiabá.

Em 1o. de janeiro de 1727, o arraial foi elevado à categoria de vila por ato do Capitão General de São Paulo, Dom Rodrigo César de Menezes. A presença do governante paulista nas Minas do Cuiabá ensejou uma verdadeira extorsão fiscal sobre os mineiros, numa obsessão institucional pela arrecadação dos quintos de ouro. Esse fato somado à gradual diminuição da produção das lavras auríferas, fizeram com que os bandeirantes pioneiros fossem buscar o seu ouro cada vez mais longe das autoridades cuiabanas.

Em 1734, estando já quase despovoada a Vila Real do Senhor Bom Jesus do Cuiabá, os irmãos Fernando e Artur Paes de Barros, atrás dos índios Parecis, descobriram veio aurífero, o qual resolveram denominar de Minas do Mato Grosso, situadas nas margens do rio Galera, no vale do Guaporé.

Os Anais de Vila Bela da Santíssima Trindade, escritos em 1754 pelo escrivão da Câmara dessa vila, Francisco Caetano Borges, citando o nome Mato Grosso, assim nos explicam:

"Saiu da Vila do Cuiabá Fernando Paes de Barros com seu irmão Artur Paes, naturais de Sorocaba, e sendo o gentio Pareci naquele tempo o mais procurado, [...] cursaram mais ao Poente delas com o mesmo intento, arranchando-se em um ribeirão que deságua no rio da Galera, o qual corre do Nascente a buscar o rio Guaporé, e aquele nasce nas fraldas da Serra chamada hoje a Chapada de São Francisco Xavier do Mato Grosso, da parte Oriental, fazendo experiência de ouro, tiraram nele três quartos de uma oitava na era de 1734."

Dessa forma, ainda em 1754, vinte anos após descobertas as Minas do Mato Grosso, pela primeira vez o histórico dessas minas foi relatado num documento oficial, onde foi alocado o termo Mato Grosso, e identificado o local onde as mesmas se achavam.
Todavia, o histórico da Câmara de Vila Bela não menciona porque os irmãos Paes de Barros batizaram aquelas minas com o nome de Mato Grosso.

Quem nos dá tal resposta é José Gonçalves da Fonseca, em seu trabalho escrito por volta de 1780, Notícia da Situação de Mato Grosso e Cuiabá, publicado na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro de 1866, que assim nos explica a denominação Mato Grosso:

[...] se determinaram atravessar a cordilheira das Gerais de oriente para poente; e como estas montanhas são escalvadas, logo que baixaram a planície da parte oposta aos campos dos Parecis (que só tem algumas ilhas de arbustos agrestes), toparam com matos virgens de arvoredo muito elevado e corpulento, que entrando a penetrá-lo, o foram apelidando Mato Grosso; e este é o nome que ainda hoje conserva todo aquele distrito.

Caminharam sempre ao poente, e depois de vencerem sete léguas de espessura, toparam com o agregado de serras [...].


Pelo que desse registro se depreende, o nome Mato Grosso é originário de uma grande extensão de sete léguas de mato alto, espesso, quase impenetrável, localizado nas margens do rio Galera, percorrido pela primeira vez em 1734 pelos irmãos Paes de Barros.

Acostumados a andar pelos cerrados do chapadão dos Parecis, onde apenas havia algumas ilhas de arbustos agrestes, os irmãos aventureiros, impressionados com a altura e porte das árvores, o emaranhado da vegetação secundária que dificultava a penetração, com a exuberância da floresta, a denominaram de Mato Grosso. Perto desse mato fundaram as Minas de São Francisco Xavier e toda a região adjacente, pontilhada de arraiais de mineradores, ficou conhecida na história como as Minas do Mato Grosso.

Posteriormente, ao se criar a Capitania por Carta Régia de 9 de maio de 1748, o governo português assim se manifestou:

"Dom João, por Graça de Deus, Rei de Portugal e dos Algarves, [...] Faço saber a vós, Gomes Freire de Andrade, Governador e Capitão General do Rio de Janeiro, que por resoluto se criem de novo dois governos, um nas Minas de Goiás, outro nas de Cuiabá [...]."

Dessa forma, ao se criar a Capitania, como meio de consolidação e institucionalização da posse portuguesa na fronteira com o reino de Espanha, Lisboa resolveu denominá-las tão somente de Cuiabá. Mas no fim do texto da referida Carta Régia, assim se ex-prime o Rei de Portugal [...] por onde parte o mesmo governo de São Paulo com os de Pernambuco e Maranhão e os confins do Governo de Mato Grosso e Cuiabá [...].
Apesar de não denominar a Capitania expressamente com o nome de Mato Grosso, somente referindo-se às minas de Cuiabá, no fim do texto da Carta Régia, é denominado plenamente o novo governo como sendo de ambas as minas, Mato Grosso e Cuiabá. Isso ressalva, na realidade, a intenção portuguesa de dar à Capitania o mesmo nome posto anos antes pelos irmãos Paes de Barros. Entende-se perfeitamente essa intenção.
Todavia, a consolidação do nome Mato Grosso veio rápido. A Rainha D. Mariana de Áustria, ao nomear Dom Antonio Rolim de Moura como Capitão General, na Carta Patente de 25 de setembro de 1748, assim se expressa:

[...]; Hei por bem de o nomear como pela presente o nomeio no cargo de Governador e Capitão General da Capitania de Mato Grosso, por tempo de três anos [...].

A mesma Rainha, no ano seguinte, a 19 de janeiro, entrega a Dom Rolim a suas famosas Instruções, que determinariam as orientações para a administração da Capitania, em especial os tratos com a fronteira do reino espanhol. Assim nos diz o documento:

[...] fui servido criar uma Capitania Geral com o nome de Mato Grosso [...] § 1o - [...] atendendo que no Mato Grosso se requer maior vigilância por causa da vizinhança que tem, houve por bem determinar que a cabeça do governo se pusesse no mesmo distrito do Mato Grosso [...]; § 2o - Por se ter entendido que Mato Grosso é a chave e o propugnáculo do sertão do Brasil [...].

E a partir daí, da Carta Patente e das Instruções da Rainha, o governo colonial mais longínquo, mais ao oriente em terras portuguesas na América, passou a se chamar de Capitania de Mato Grosso, tanto nos documentos oficiais como no trato diário por sua própria população. Logo se assimilou o nome institucional Mato Grosso em desfavor do nome Cuiabá. A vigilância e proteção da fronteira oeste era mais importante que as combalidas minas cuiabanas. A prioridade era Mato Grosso e não Cuiabá.

Com a independência do Brasil em 1822, passou a ser a Província de Mato Grosso, e com a República em 1899, a denominação passou a Estado de Mato Grosso.

As Minas do Mato Grosso, descobertas e batizadas ainda em 1734 pelos irmãos Paes de Barros, impressionados com a exuberância das 7 léguas de mato espesso, dois séculos depois, mantendo ainda a denominação original, se transformaram no continental Estado de Mato Grosso. O nome colonial setecentista, por bem posto, perdurou até nossos dias.

Bibliografia:
1-FONSECA, José Gonçalves da. Notícia da Situação de Mato Grosso e Cuiabá. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro: tomo XIX, 1866
2-MENDONÇA, Marcos Carneiro de. Rios Guaporé e Paraguai, primeiras fronteiras definitivas do Brasil. Rio de Janeiro: Biblioteca Reprográfica Xerox, 1983
3-MENDONÇA, Estêvão de. Datas Mato-grossenses. 1a edição. Niterói: Salesianas, 1919, vol I "

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

o violâo do Sebastião Paes (de Barros)

attualizado 09.05.2019 por Tiffany


Sabe-se através dos inventários bandeiristas que, na região de Piratininga, tocava-se guitarra (inventário de Catharina d'Horta, 1626), sistra (inventário de Francisco Leão, 1632) e violas e harpas, uma das quais pertencera ao bandeirante Sebastião Paes (de Barros), inventário de 24.12. 1688, e outra, que figura no testamento de Affonso Dias de Macedo, em 1703, explicitada como viola de pinho do reino).
Há poucas referências documentais à música praticada, nesse período, na região de São Paulo, e os únicos documentos musicais conhecidos, datados da primeira metade do século XVIII.
Ainda sobre o assunto, Paulo Castagna (2000) reitera a questão citando vários documentos históricos referentes a processos de inventários registrados no Brasil entre os anos de 1604 e 1700,54 arrolando entre os bens, inclusive violas, resumindo sua importância e presença em ambos contextos:

  • -"Viola, de propriedade de Mécia Roiz, São Paulo entre 01/08/1605 e 04/02/1606.................160 reis
  • - Viola/guitarra, de propriedade de Paula Fernandes, São Paulo - 19/09/1614..........................640 réis.
  • - Viola, de propriedade de João do Prado, São Paulo.23/09/1615........................................1,280 réis.
  • - Viola, de propriedade de Balthazar Nunes, SãoPaulo - 06/1623.........................................1,280 réis.
  • - Viola, de propriedade de Leonardo do Couto,Parnaíba - 03/08/1650...................................320 réis.
  • - Viola, de propriedade de Sebastião Paes de Barros, Parnaíba - 24/12/1688................2,000 réis.
  • - Viola, de propriedade de Afonso Dias de Macedo Itú - 20/03/1700.............sem informação de preço".
fonte: Lista no ensaio de "gestao de iniciativas sociais", pag. 35 

O capitão Sebastião Paes de Barros (I) ,  falecido em 1674,  (pai do Sebastaio Paes (ou Pedroso de este postagem) , foi filho de Pedro Vaz de Barros e Luzia Leme e irmão de Antonio Pedroso de Barros (9° avô de Tiffany) de Fernão e de Lucrecia (veia mais sobre eles adiante) e mais outros.
Sebastiao Paes de Barros  era ou que até hoje se chama "um sertanista e bandeirante" que Silva Leme estuda no volume III de sua «Genealogia Paulistana», pg. 502. e que principalmente era em busca de ouro e minerais  !

Também muito notável pelos serviços prestados à coroa; esteve a partir de 1670 na qualidade de cabo em Tocantins e no Maranhão com o governador Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho. Datada de 24 de abril de 1674, há uma Carta do Príncipe Regente D. Pedro, futuro D. Pedro II, a ele dirigida como Cabo da Tropa do Sertão do Maranhão:

"Cabo da tropa da gente de São Paulo vos achais nas cabeceiras do rio de Tocantins, e Grão Pará», isto é, sertões do rio São Francisco e do atual Estado do Piauí até as margens do Tocantins, no Maranhão. Exortando-o a remeter a Portugal amostras dos minerais descobertos. "
Mas Sebastião morreu pouco depois no sertão, ainda em 1674, levando consigo o segredo das descobertas. Quando ali chegou o clérigo Antônio Raposo, paulista que vinha de Lisboa para se lhe reunir, não mais o encontrou.

Sebastião Paes de Barros (I) foi casado com Catarina Tavares, filha de Francisco de Miranda Tavares e de Isabel Pais Borges de Cerqueira, por esta, neta de Simão Borges de Cerqueira e de Lucrécia Leme, parente dos Vaz de Barros. Faleceu Catharina Tavares em 1671 e seu marido em 1674. Eles tivem os seguintes filhos: 

  • 1-2 Antonio Pedroso † solteiro § 2º
  • 1-3 Lucrecia Pedroso § 3.º
  • 1-4 Izabel Pedroso § 4.º
  • 1-5 Luzia Leme § 5.º
  • 1-6 Leonor Leme § 6.º
  • 1-7 Sebastião Pedroso § 7.º  chamado depois Sebastiao Paes 
POREM, 
nos Subsídios à Genealogia Paulistana por Regina Junqueira, projeto compartilhar, se refere o seguinte : 
Declarou o Capitão Sebastião Paes de Barros ter tido de seu casamento dois filhos e cinco filhas que segundo seu inventário foram:
  • 1. A mulher de João Coelho da Fonseca, não nomeada no inventário, mas seu marido é chamado às partilhas. Provavelmente a mais velha das filhas, seria já casada na abertura do inventário.
  • 2. Lucrecia Pedroso, nascida por 1658, em 28-5-1679 já casada com Miguel Soares Ferreira
  • 3. Joana de Barros, nascida por1660 (substituída por Izabel de Pedroso na GP, numéro 1-4 supra)
  • 4. Luzia Leme, nascida por 1661, legatária da terça do pai juntamente com a irmã Leonor 
  • 5. Leonor Leme, nascida por 1667
  • 6. Sebastião Paes (1-7 Sebastião Pedroso na GP supra), nasceu por 1663 e faleceu em 1688O violão vendido foi de sua propriedade.
  • 7. Antonio Pedroso, provavelmente o primogênito, faleceu nos sertões do Maranhão juntamente com o pai
No inventario de Sebastião Paes lémos:
O Capitão Sebastião Sutil de Oliveira por ordem do Capitão Thomé de Lara de Almeida e por eles foram apresentados os bens que o defunto Sebastião Paes possuia os quais são os que adiante se seguem e neles se quer pagar o dito Capitão Thomé de Lara de 108$000 rs que é a dever o dito defunto o que tudo consta ao Capitão Fernão Paes de Barros *) o qual é consentidor á satisfação do pagamento do muito ou pouco que os ditos bens renderem ou derem sendo vendidos em praça como é licito dentro no tempo do licito o que dispõe a lei serão entregues ao dito Thomé de Lara para deles dispor como seus e pagar-se neles no valor em que forem avaliados e o dito juiz houve por desobrigado ao dito Capitão Fernão Paes de Barros e a Manuel de Abreu a Domingos Paes obrigações do dito Capitão Fernão Paes (...).
Avaliações: soma a fazenda lançada 53$140 rs.
Arrematações.
*) nota por Tiffany: 
este capitão Fernão Paes de Barros, que herdou/comprou o violão, era tio de Sebastião Paes (II), sendo irmão  do sertanisata Sebastiao Paes de Barros (I), pai do guitarrista de este postagem. Este Fernão faleceu em 1709 e foi o fundador da capela de Santo Antonio no seu sitio em Araçariguama (São Roque). Como refere Pedro Taques: "recebeu honrosíssima carta firmada pelo punho do rei Dom Pedro em 1678 -Quando se estabeleceu a paz de Holanda em cinco milhões, e o casamento da infanta de Portugal d. Catharina em dois milhões pediu el-rei dom Pedro aos seus vassalos um donativo para o pagamento dos sete milhões, e Fernão Paes de Barros se distinguiu entre os mais paulistas, dando para o dito chapim em moeda corrente 600$. Vindo a S. Paulo o fidalgo dom Manoel Lobo em 1679, pelo qual o mesmo príncipe dom Pedro escreveu à Fernão Paes a carta de que acima fizemos menção, "  Sobre este sitio de Santo Antonio tem ampla informaçâo e faz tambem parte da historia da igreja e o desenvolvimento social.
Fernão foi pai de Inacia Paes de Barros,  filha  ilegitima com uma crioula e herdeira de muitos de seus bens. Dizem que dela e do seu segunod marido, Joao Martins Claro, descendam os irmãos Arthur e Fernando Paes de Barros, os fundadores de Mato Grosso. Leia mais aqui: Artur e Fernando Paes de Barros

Thomé de Lara, em vez era genro de Antonio de Almeida Pimentel e de  Lucrecia Pedroso de Barros,  Lucrecia era tia do violeiro Sebastiao Paes .Refere a genealogia paulistana  que Antonio de Almeida Pimentel foi de conhecida nobreza pela qual teve em S. Paulo e na Bahia grandes estimações.  Teve com Lucrecia Pedroso um unica filha que era Maria de Almeida Pintel, a qual casou com o dito capitãoThomé de Lara. Este ultimo era capitâo em Sorocaba
Resumindo: Ficou todo "na familia" e parece ter sido um objeto de muito valor e prestigio.

Nada mais em vez encontrei sobre o Sebastiao Paes, o violeiro ou guitarista. Além de um violão ele tambem possuí uma harpa com chave. A harpa era utilizada frequentemente desde o sec. XVII, principalmente nas igrejas, sendo depois substituida pelo orgão para missas cantadas.

Seja que Sebastiao Paes, filho mais novo de um "sertanista" era um musico, um mestre de capela  com um grau elevado de instrução que ajudou a formar os jovens para as festas religiosas e missas cantadas nas irmandades e igrejas ? 
Nas festas religiosas participavam toda comunidade local ou seja indios, mulatos e brancos, cada grupo etnico com sua cultura espécifica. A musica nesse processo era elemento social, podendo criar a consciençia e integraçâo social que na epoca  era no poder da igreja.
Seja no lado da familia de Beatriz de Barros e na do lado de Manoel Correa Penteado tem clérigos ou padres na familia que fazem parte em esta evoluçao social na historia de Sâo Paulo e do Brasil.

Historia

O primeiro instrumento de cordas que se tem notícias que chegou ao Brasil foi a viola de dez cordas ou cinco cordas duplas, muito popular entre os portugueses e precursora do violão, trazida pelos jesuítas portugueses que aqui chegaram para catequisar os índios e a usavam durante a catequese.
A coroa Portuguesa objetivava levar as suas colônias o trinômio de sua colonisaçâo que significa, o rey, a lei a a fé. A fé ficou a cargo dos Jesuitas com Manoel da Nobrega.Necessitou de mais braços para a atividade de evangilzação do Brasil a assim chegou no 1553 Padre José de Anchieta.

Todo o processo de catquese é na verdade intervençao intencional em valores culturais. Para catequisar os jesuitas criaram uma lingua artificial de nome nhengaatu.

Para conceitos e objetos estranhos à língua emprestaram-se inúmeros vocábulos do português e espanhol. A essa mistura deu-se o nome ie’engatu, que significa "língua boa". Não se falava o portugues até o final do sec. XVIII, mas o nhengaatu. sendo usada não apenas por índios e jesuítas, mas também como língua corrente de muitos colonos de sangue português.
Segundo o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, até fim século XVIII, em São Paulo, falava-se a língua geral, o "nhangatu", uma derivação do tupi. Foi uma língua imposta pelos missionários, até hoje ouvida em alguns locais da Amazônia.
Padre Anchieta percebeu que os povos indigenos mantinham uma relaçao com o mundo sagrado tendo sempre a musica como strumento de intermediação. Anchieta assim realizava dramatzações com os indigenas, nas quais associava as coisas de natureza (terra, animais, plantas) estranhas ao mundo europeo. Tratou de aprender danças e melodias indigenas nas quais inseriou textos liturgicos em tupi.

Essas danças sâo ainda hoje presentes na musica dos caipiras: cururu e cateretè.

Em 1584, José de Anchieta em sua "Informação do Brasil e suas Capitanias", referindo-se a uma das aldeias de índios do colégio da Bahia, relata:
"(...) les enseñam a cantar y tienem su capilla decanto y frautas para sus fiestas, y hazen sus dançasa la portuguesa com tamboriles y vihuelas com muchagracia, como si fueron muchachos portugueses".
Presente em diversos segmentos sociais da população, especialmente nos ambientes populares, o cultivo da viola também se deu nos meios aristocráticos representando para estes não um meio de vida, mas sim um recurso a mais em seu grau de instrução, voltado para a prática diletante do fazer musica como elemento de distinção social (!). Assim é que Pedro Taques de Almeida Paes Leme, em sua "Nobiliarchia Paulistana", publicado em São Paulo no ano de 1926, relata sobre a decisão de Salvador Correia de Sá em contratar os serviços de Francisco Rodrigues Penteado como professor de viola de seus três filhos, no ano de 1648:

A nobre família dos Penteados teve origem em São Paulo em Francisco Rodrigues Penteado, natural de Pernambuco, para onde veio ser morador seu pae Manoel Correa com casa, saindo de Lisboa; e em Pernambuco se estabeleceu com negocio grande.
Tendo este filho Francisco Rodrigues Penteado ( 8° avô de Tiffany*) já bem instruído em artes liberais, sendo excelente e com muito mimo na de tanger viola, e destro na arte da música, seu pai o mandou a Lisboa sobre dependência de uma herança que ali tinha; o filho, porém, vendo-se em uma corte das mais nobres da Europa e com prendas para conciliar estimação, cuidou só no estrago que fez do cabedal que recebeu, consumindo em bom tratamento e amizades:Refletindo depois que não estava nos termos de dar satisfação da comissão com que passara de Pernambuco a Lisboa, embarcou na frota do Rio de Janeiro com Salvador Correa de Sá e Benevides em 1648, o qual tendo de passar a Angola, como passou, para a restaurar dos holandeses, o deixou na cidade do Rio muito recomendado pelo interesse de instruir nos instrumentos músicos a suas filhas e ao filho mais velho Martim Correa com quem estava unido pela igualdade dos annos. Do Rio de Janeiro, pela demora em Angola do dito Salvador Correa de Sá, que ficou feito general daquele reino, passou para a vila de Santos Francisco Rodrigues Penteado;e já desta vila subia para São Paulo contratado para casar com uma sobrinha de Fernando Dias Paes,[Clara de Miranda, nota por Tiffany] que foi quem o ajustou para este casamento".
*) nota por TiffanyFrancisco Rodrigues Penteado (o velho) era dono das terras onde foi costruida em 1653 a capela da nossa Senhora da Penha em Pirapora. Seu filho, Manoel Correa Penteado,  casou-se em ca 1689 com Beatriz de Barros, (sâo os 7°s avós de Tiffany). Manoel era  proprietaio de grande fazenda e cultura em Araçariguama onde teve as redeas de governo e foi pessoa de autoridade e venearação. e aqui a "distinção social". [efeitivamente foram 4 irmãos Correa Penteado que casaram com 4 irmâs de Barros] 

Sua esposa Beatriz de Barros, era uma prima de Sebastiao Paes  Ela era a neta paterna de Antonio Pedroso de Barros, rico e potente dono de 600 indios na sua fazenda denominada Apoterebu. Este Antonio Pedroso de Barros era primo paterno de Sebastiao Paes, sendo Antonio Pedroso de Barros tambem irmâo de Fernão Paes de Barros, de Lucrecia e de Sebastião Paes de Barros (supra citados).
Leia mais aqui sobre Beatriz de Barros

Musica e os bandeirantes:
Os "Inventários e Testamentos" revelam um amor do paulista pela música, apesar do período tumultuário que atravessa no século XVII.

Efeitivamente é curioso pensar ao bandeirante tocar o violâo. Não acho que foi vida romantica como referido nas pinturas. Sobre a vida dos bandeirantes se sabe bem pouco e as descriçoes sobre eles risultam do sec. XIX ou "Romantismo" quando foi "costurido" ou formulado o "mito" sobre os bandeirantes paulistas.

A pesquisa histórica revela uma realidade bastante diferente: a maioria dos bandeirantes andava descalça e com roupas muito simples. Na verdade, todas as imagens que vemos dos bandeirantes foram feitas muito tempo depois da época em que eles viveram. Não existem retratos de bandeirantes realizados no momento em que esses homens viveram. Por isso, nada sabemos sobre suas fisionomias e pouco sobre como andavam vestidos pelos sertões.

Expedições que geralmente partiam de São Paulo e eram organizadas com o fim de capturar índios e  sobretudo encontrar ouro e pedras preciosas, as bandeiras existiram do século 16 ao 18.

A captura de indígenas para serem vendidos como escravos foi a base da economia paulista até o século 17. Naquela época, essa prática era tão lucrativa que era chamada de "negócio do sertão". No período que vai de 1630 a 1680, algumas fazendas tinham mais de cem escravos índios.

Seja em busca de ouro e outras pedras preciosas, seja em busca de índios para aprisionar e vender, os bandeirantes enfrentavam uma série de perigos e desconfortos: ataques de onças; picadas de cobras, aranhas e insetos; doenças; sem falar na própria resistência oferecida pelos indígenas...
E foi provavelmente no istante que o bandeirante regressando das selvas onde ele havia passado meses, embora da casa e gente, tocou o violão. Talvez o tocou e cantou nas festas religiosas nas vilas onde os homems e as mulheres se reuniram para os ritos religiosos, dançando a caterete dos povos indigenas.As mulheres e crianças que para muito tempo permanecevam nas fazendas com os escravos para coltivar as terras, talvez cantavam no trabalho. Muitos deles tambem jà com raizes indigenas, filhos de mâes indigenas e assim com cultura de musica indigena e branca, tocando o violão e a guarapeva, chocalhando maracás, etc.E como acima descrito de seguro foi tambem importante saber tocar o violão para razões de "prestige" e um certo "ser nobre".

(texto: " historias e lendas de Santos, Novomilenio)
Certo é que a partir do século XVI os portugueses levaram a viola a todas as regiões coloniais, incorporando-a nas culturas locais, entre outras, das ilhas da Madeira, Cabo Verde, Açores e também do Brasil. A esse respeito documentos existentes atestam inúmeras atividades artísticas desenvolvidas a bordo das naus portuguesas, inclusive vindas para o Brasil, desde o século XVI, resumindo especialmente teatro, diálogos e comédias, e dança, sempre acompanhadas por música.

Historia do violão
Tudo começou em Portugal. Inspirados em alguns instrumentos árabes esquisitos, como o alaúde (foto ao lado), os portugueses tiveram a excelente ideia de criar um instrumento de 10 cordas. As violas portuguesas/espanholas chegaram ao Brasil trazidas por colonos portugueses de diversas regiões do país A origem do Violão não é muito clara, pois existem, segundo musicólogos, várias hipóteses para o seu aparecimento. A primeira hipótese é de que o Violão seria derivado da chamada “Khetara grega”, que com o domínio do Império Romano, passou a se chamar “Cítara Romana”, era também denominada de “Fidícula”.
A segunda hipótese é de que o Violão seria derivado do antigo “Alaúde Árabe” que foi levado para a península Ibérica através das invasões muçulmanas. Acreditava-se que desde o século VIII tanto o instrumento de origem grega como o Alaúde Árabe viveram mutuamente na Espanha. Isso se pode comprovar pelas descrições feitas no século XIII, por Afonso, o sábio, rei de Castela e Leão (1221-1284), que era um trovador e escreveu célebres cantigas através das ilustrações descritas nas cantigas de Santa Maria, que se pode pela primeira vez comprovar que no século XIII existiram dois instrumentos distintos que coexistiram nessa época na Espanha.

No século XIV, Guillaume de Machault cita em suas obras a guitarra mourisca e a guitarra latina no século XVI na Espanha, a guitarra mourisca, com quatro coros de cordas, era usada para acompanhar cantos e danças populares, enquanto que a guitarra latina – a vihuela, pertencia ao músico culto da corte.
A Vihuela tinha três denominações distintas: vihuela de mano (em nada diferente do violão atual), vihuela de arco e vihuela de plectro.
A Vihuela de mano constava de cinco cordas duplas mais a primeira que era simples. Os vihuelistas além de precursores dos guitarristas do século XVII, foram também criadores de métodos e formas musicais que serviriam de base para toda a música instrumental que viria depois. A vihuela é um instrumento que alcança seu máximo esplendor na península Ibérica durante o século XVI, em torno de um ambiente cortesão e sobre as capelas musicais de reis e nobres. 
Mas seria um erro pensar que seu âmbito ficou reduzido a península, tendo em conta as contínuas viagens de Carlos V e Felipe II por toda a Europa. Assim mesmo, se repassarmos os inventários de instrumentos musicais nas cortes espanholas, observaremos uma evidente presença de alaúdes, que na Espanha era conhecido como vihuela de Flandres, o qual nos faz pensar em uma convivência de ambos os instrumentos. 
Quando chegou ao Brasil no início da colonização, a viola gozava de imensa popularidade em Portugal. Parte expressiva da produção musical renascentista portuguesa foi produzida para viola. No seio do povo era também um instrumento popular. Gil Vicente refere-se à viola como instrumento de escudeiros.
Assim no Brasil os instrumentos indigenas e portugueses/espanholas se fundiram na criaçao de musica na conolização do Brasil. Invéntarios apontam a presença de violas em Sâo Paulo a partir de 1613.

Havia, também, música para acompanhar as funções religiosas, entoadas por vozes, rabecas, baixão e, na falta de órgão ou outro instrumento de tecla, harpa ou viola.

"Pouco sabemos da prática da viola no Brasil no século XVI. O musicólogo José Ramos Tinhorão (1990) afirma que "a mais antiga referência expressa a versos cantados pelo personagem de uma comédia encenada em 1580 ou 1581 na matriz de Olinda, por ocasião da festa do Santíssimo Sacramento, aparece nas "Denunciações de Pernambuco", de 1593, confirmando desde logo a ligação da viola com a canção citadina". No Sudeste, ela está presente em inventários a partir do início do século XVII. Em 1613, violas foram catalogadas em espólios deixados na cidade de São Paulo.

O padre José de Anchieta, o mais importante nome no processo de catequese dos indígenas no início da colonização do Brasil pelos portugueses, sustentou todo o seu projeto pelo uso da música e das práticas teatrais. Ele percebeu que os indígenas, com os quais travou contato, utilizavam a música como veículo de intermediação com o mundo sagrado. O general Couto de Magalhães (1940), sertanista brasileiro que viveu no século XIX, afirmou, em seu clássico "O selvagem", que o padre Anchieta se utilizou do cururu e do cateretê, duas danças de origem tupi, para catequizá-los. Para isso inseria textos litúrgicos nas melodias e danças desses índios. Anchieta tratou de aprender o tupi-guarani e o trouxe para um molde de estruturação gramatical latino inserindo termos em espanhol e português aos vocábulos faltantes na língua. Essa língua recebeu o nome de nheeng'atu. Seria plausível imaginarmos que a viola, instrumento harmônico, pode ter sido utilizada nos acompanhamentos dessas danças, pois até hoje a utilizamos para acompanhar o cururu ou o sapateado e palmeado do cateretê. Junto das violas, os portugueses tocavam também flautas, pifes, tambores e gaitas, e aliaram a isso as maracas, buzinas e flautas indígenas.

A viola, desde então, fez parte do cotidiano do povo que aqui foi se criando. Aos poucos foi se espalhando nas empreitas dos bandeirantes e tropeiros, e, em emergentes cidades como Recife, Salvador e Rio de Janeiro, sua prática tornou-se habitual. "

texto por Ivan Vilela, 2010 


Fontes e textos citados: 
  • Projeto compartilhar
  • Gestao de Iniciativas sociais
  • Genealogia Paulistana,
  • musica de Sao Paolo - Ivan Vilela (pdf)
  • a musica na cidade de Sao Paulo - Claudia Aparecida Polastre 2008
  • historia do violão
  • historias e lendas de Santos
  • caipira e viola brasileira
  • Wikipedia